"Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo em Jesus. E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros"
(II Timóteo 2:1-2)
Um povo sem o conhecimento da sua origem, história e cultura é como uma árvore sem raízes.
Em meados do século XX, numa atmosfera de formação e movimento de pensamentos teológicos divergentes que produziam encontros e organizações eclesiásticas pela América e Europa, Carlos Mateus estava no epicentro desses acontecimentos no contexto latino-americano.
As viagens nacionais e internacionais influenciaram o missionário Carlos Mateus a idealizar uma instituição que também organizasse as igrejas locais recém-estabelecidas no Rio Grande do Norte.
Quatro anos antes da fundação do seminário, Carlos Mateus foi um dos mentores da formação da Associação de Igrejas Batistas Regulares do Rio Grande do Norte. Em 1946, na cidade de São José de Mipibú, deu-se início a organização que se tornou a primeira associação estadual dos Batistas Regulares no Brasil. Contando com a presença de três representantes de três igrejas do estado, cada uma numa cidade diferente (São José de Mipibú, Parnamirim e Lagoa Seca, bairro de Natal) todas iniciadas contando com os esforços evangelísticos do casal Carlos e Adelaide Mateus.
O pastor e historiador Jaime A. Lima, em seu livro Que povo é esse? História dos Batistas Regulares no Brasil, pondera a relevância da fundação da AIBRERN para a expansão e organização das igrejas da denominação em solo potiguar.
"A partir desse evento houve uma sensível expansão do trabalho Batista Regular, mormente, para o interior. Um dos fatores que contribuiu para isso foi o aumento de missionários da ABWE trabalhando no campo potiguar. A lista é grande para ser nomeada. Mas vários casais e missionários solteiras muito fizeram para a obra do Senhor cujos nomes não podem deixar de ser lembrados. Entre os quais, Donald Hare, K. Valmar Mitchell, Fred McClanahan, Frank Jertberg, Daniel Holden, Bill Branda, Benjamim Peterson, Ricardo Mateus e suas senhoras. Também as irmãs Dorothy Le Veness, Katryn Clitch, Frona Mattox e Agnes Haik" (Jaime Lima, p. 69).
Além disso, as experiências da organização de igrejas no campo potiguar serviram para, sete anos depois, reunidos em Juazeiro do Norte/CE, missionários e lideranças das Igrejas Batistas Regulares de outros estados do país fundarem uma associação nacional. Sob a coordenação do missionário Jim Wilson, a reunião que contou com a participação de missionários da Baptist Mid-Missions (BMM) e da Association of Baptists for World Evangelism (ABWE), pastores brasileiros e representantes de igrejas das regiões Norte e Nordeste tornou o 20 de maio de 1953 um marco histórico dos Batistas Regulares no Brasil.
Às 08h15min, o prédio do então Instituto Bíblico Batista de Juazeiro do Norte, CE, tornou-se sede desta sessão onde "cantou-se o hino de número 152 do Canto Cristão sendo em seguida dirigida uma oração pelo Sr. João, missionário presbiteriano no Chile. A oração foi feita em espanhol. Leu-se Efésios 4:1-7 e o Sr. Jim Wilson proferiu uma breve mensagem sobre o tema União"
A maior representação de igrejas era do Rio Grande do Norte com sete, além de cinco do Ceará e três da região Norte (Amazonas, Acre e Roraima). As igrejas e representantes potiguares respectivamente eram: (1) Igreja Batista de Macau - Emiliano Ribeiro da Silva; (2) Igreja Batista de Mossoró - Lenita Rodrigues Marins; (3) Igreja Batista Primavera - José Venâncio da Silva (diácono); (4) Igreja Batista de São José de Mipibu - Israel Florêncio de Lima; (5) Igreja Batista de Parnamirim - Francisco Xavier Pessoa; (6) Igreja Batista de Baixa Verde - Mauro Galdino e pela (7) Igreja Batista de Natal - João Joaquim da Silva.
